Do Diário da Franca
Farmácia de
Santa Rita do Passa Quatro tinha envolvimento com estabelecimentos de Franca
que desviaram mais de R$ 3 milhões do programa “Farmácia Popular”
Da Redação/DF
Após descobrir
que seis farmácias em Franca estavam fraudando o programa federal “Farmácia
Popular”, o Ministério Público Federal intensificou as investigações e
descobriu que uma farmácia de Santa Rita do Passa Quatro também estaria
envolvida e encaminhou denúncia ao Ministério Público Federal de São Carlos
para apurar. Ontem, após liminar, a Justiça Federal suspendeu o direito dessa
farmácia de participar do programa do governo federal “Aqui Tem Farmácia
Popular” devido a irregularidades na venda de medicamentos sem a devida
comprovação, que resultou no recebimento indevido de cerca de R$ 17 mil. A
decisão foi proferida pelo juiz federal João Roberto Otávio Júnior, substituto
da 2ª Vara Federal em São Carlos/SP.
A investigação
iniciou-se em 2011, quando o Ministério Público de Franca ajuizou denúncias
contra os estabelecimentos – em ação civil pública – com pedido de devolução
aos cofres públicos de recursos obtidos irregularmente, contra as farmácias que
fraudaram o Programa Farmácia Popular do Brasil. De acordo com os procuradores
federais Daniela Poppi e João Bernardo da Silva, foram seis as farmácias de
Franca acionadas judicialmente, sendo seis ações penais e cinco ações civis
públicas de ressarcimento.
As fraudes
foram constatadas em auditorias realizadas pelo Ministério Público Federal em
Franca que, após analisar todas as informações coletadas, constatou a falta de
grande parte dos cupons fiscais e vinculados. Nos cupons apresentados pelos
estabelecimentos, havia registro de venda a pessoas que declararam não fazer
uso dos medicamentos referidos e até mesmo que nunca haviam comparecido às
drogarias. Assinaturas não foram reconhecidas pelos supostos compradores,
números de CPF foram trocados e alguns dos cupons foram registrados em nome de
pessoas falecidas. Até mesmo receitas médicas foram falsificadas e entregues
por uma das farmácias ao MPF para tentar justificar vendas inexistentes.
No início
deste ano o Ministério Público Federal celebrou termos de ajustamento de
conduta com os representantes legais de quatro estabelecimentos farmacêuticos
que fraudaram o Programa Farmácia Popular do Brasil. Com isso, sobe para R$
515.199,19 o montante devolvido aos cofres públicos. Em julho de 2011, outra
farmácia acusada de fraude já havia firmado acordo com a Procuradoria da
República em Franca e restituído o valor recebido ilegalmente.
Além dos
valores recuperados extrajudicialmente, estão em curso na Justiça Federal seis
ações civis públicas visando ao ressarcimento de dinheiro do programa recebido
indevidamente e mais sete ações penais que apuram a prática do crime de
estelionato qualificado (cometido contra entidade pública). Ao todo, o MPF
acredita que foram fraudados mais de R$ 3 milhões.
Em São Carlos
Na ação
proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), em São Carlos, foi constatado
que a fraude praticada pela farmácia consistiu em fazer o registro fictício de
vendas de medicamentos no período de dezembro de 2009 a junho de 2012,
ocasionando a percepção indevida de recursos públicos.
Ao analisar o
pedido do MPF, João Roberto Otávio Júnior considerou que o deferimento da
liminar “visa resguardar o interesse e o patrimônio públicos, bem como evitar
que a empresa continue a auferir lucros indevidos com a prática de condutas
irregulares”.
O magistrado
ressaltou ainda que duas Portarias referentes ao programa já previam a
possibilidade de suspensão preventiva da habilitação e pagamento ao
estabelecimento caso fossem constatadas irregularidades.
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