Marrapá - Acordei nesta
manhã com a notícia de que o Governo brasileiro está negociando secretamente um
acordo com os Estados Unidos para utilização da Base de Alcântara. Para quem
não sabe, Alcântara é a localização mais estratégica do mundo, do ponto de
vista militar e político, para lançamento de foguetes.
Um acordo
secreto conforme noticiado daria aos americanos enormes vantagens. Em primeiro
lugar, atenderia a seu desejo explícito de não deixar o Brasil desenvolver uma
tecnologia própria de foguetes. Em segundo lugar, impediria um eventual acordo
brasileiro com outra potência na área, por exemplo, a Rússia.
O Governo
brasileiro tentou desenvolver tecnologia de foguetes num acordo com a Ucrânia
que, tendo sido uma das repúblicas soviéticas, estava em condições de oferecer
uma parceria vantajosa ao Brasil. Como se sabe, só a Rússia, como herdeira dos
soviéticos, tem tecnologia aeroespacial comparável à dos EUA, o que de alguma
forma compartilhava com a Ucrânia. Entretanto, a Ucrânia sofreu um golpe de
Estado comandado pelos americanos, que exigiram o fim do acordo com o Brasil,
conforme informações do WikiLeaks. Além disso, em 2003, Alcântara sofreu um
acidente devastador destruindo instalações e dezenas de vidas.
O “acidente”
de Alcântara nunca foi claramente explicado. Só interessava aos EUA.
Considerando que os americanos tem tecnologia suficiente para invadir o Palácio
Planalto e o prédio da Petrobrás para coletar informações, não pode ser
atribuído exclusivamente aos teóricos da conspiração a ideia de que houve, sim,
um atentado para evitar o desenvolvimento tecnológico brasileiro na área de
foguetes. Os que sofrem do “complexo de vira-latas” podem subestimar essa
considerações dizendo que um país como os EUA, forte e rico, jamais se
preocuparia em bloquear o desenvolvimento de uma nação tão insignificante como
o Brasil.
Entretanto,
como explicar os telegramas do embaixador americano na Ucrânia manifestando sua
oposição ao acordo com o Brasil? Mais do que isso: por que a Ucrânia se
desinteressou do acordo tão logo assumiu um novo governo apoiado num golpe
nazista direcionado contra a Rússia, que os neoconservadores americanos
consideram inimiga? Tudo isso é muito suspeito. E mais suspeito ainda é a pouca
informação que a sociedade brasileira teve a respeito. Aparentemente as
autoridades americanas “ajudaram” nas investigações para esclarecer o acidente
ficando na confortável situação de acobertar o que lhes interessava.
Agora,
colhendo os frutos do “acidente”, os americanos obtiveram do ministro das
Relações Exteriores, José Serra, a sugestão de retomar o acordo de forma próxima
do que foi rejeitado pelo Governo Lula antes do acordo com a Ucrânia. A
sujeição é total. Perderemos a soberania sobre a base.
Nada de
parceria tecnológica. O comando pleno das instalações passa a ser dos Estados
Unidos – naturalmente, de suas Forças Armadas. Todos os resultados financeiros
serão de propriedade americana. De um lado estará o patriotismo de Trump, do
outro nossa subjugação total a uma potência estrangeira. Aos oficiais da Força
Aérea Brasileira restará cuidar do serviço de limpeza, juntando-se aos oficiais
do Exército e da Marinha que estão cuidando dos presídios.
*Por José
Carlos de Assis; Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ,
professor de Economia Internacional da UEPB
0 comments:
Postar um comentário
Fique à vontade, sua opinião é livre e de grande importância; contudo é de inteira responsabilidade do leitor e não representa a opinião do editor deste blog. Prezamos pela ética e pudor. Os comentários serão publicados em até 24 horas após análise.
Se achar algo que viole ou fira sua honra pessoal, envie para o e-mail: srfernandomelo@gmail.com que iremos avaliar.