A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo informou que o jornalista e blogueiro Eduardo Guimarães foi levado coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF em São Paulo nesta terça-feira (21).
Guimarães é
autor do Blog da Cidadania, em que faz críticas à gestão de Geraldo Alckmin
(PSDB) no governo do Estado de São Paulo, a de Michel Temer na Presidência da
República e também à operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos
públicos na Petrobras.
A PF confirmou
que Guimarães prestou depoimento acompanhado de um advogado na manhã desta
terça-feira, por decisão judicial determinada por Curitiba, no Paraná. Trata-se
de um inquérito policial que está sendo apurado no âmbito da PF do Paraná.
Questionada
sobre se tratava de investigação relacionada à Operação Lava Jato, a
comunicação da PF informou que se trata de um inquérito separado. As perguntas
feitas ao blogueiro foram enviadas por procuradores e delegados do Paraná,
informou a PF de São Paulo.
Segundo a
defesa do blogueiro, Guimarães prestou depoimento em um inquérito da PF do
Paraná que apura o fato do blogueiro ter feito a divulgação antecipada da
condução coercitiva do Lula na Lava Jato no ano passado. Segundo ele, a
condução coercitiva e a busca foram determinados pelo Sérgio Moro.
Liberado por
volta das 11h30, ele falou aos 'Jornalistas Livres' sobre o caso, referente à
divulgação de uma nota, em seu blog, sobre a iminente condução coercitiva do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que efetivamente ocorreu em 4 de março
de 2016. "Recebi de uma fonte as informações antes, e eles queriam saber
se tenho alguma ligação com a pessoa que vazou. Não conheço essa pessoa.
Divulguei porque é o meu trabalho jornalístico. Sou blogueiro e o meu trabalho
é divulgar", afirmou Guimarães, que também questionou a motivação da
condução, já que não teria se recusado a prestar depoimento.
Ele também
reclamou da apreensão de seus equipamentos. "Sou agora um blogueiro sem
equipamento nenhum."
Defesa
O advogado
Fernando Hideo Lacerda disse que a PF de SP cumpriu dois mandados de busca e
condução coercitiva na casa do jornalista no Paraíso, Zona Sul de São Paulo às
6h.
O advogado
disse que a PF não esperou o advogado chegar para começar o depoimento e, mesmo
estando na qualidade de investigado no inquérito, o blogueiro foi levado
coercitivamente para prestar depoimento como testemunha.
Como testemunha, é
obrigado a falar. Como investigado, não. Segundo o
advogado, a PF falou para ele que tinham apreendido o celular e o laptop dele e
descoberto quem era a fonte dele no caso do vazamento e ele ‘teve que falar”
(quem era a fonte).
Só que,
segundo o advogado, Moro entrou com uma ação contra o blogueiro, por postagens
no blog. Como Moro é parte uma ação contra o blogueiro, não poderia ter
determinado sua busca e apreensão e sua condução coercitiva em outro caso.
Moro, pela lei, deveria ter se declarado impedido, já que a legislação proíbe o
juiz de decidir em casos em que é parte ou conhece uma das partes. No caso,
Moro litiga em outro processo contra a vítima do mandado de condução coercitiva
que determinou.
Do G1 SP, com acréscimos de Rede Brasil Atual
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