Pela oposição, despontam como pré-candidatos ao Palácio dos Leões Roberto Rocha e Maura Jorge. Flávio Dino tentará a reeleição
A retirada de
sigilo da Lista Fachin na Lava Jato mexeu no cenário eleitoral e, ainda que um
ano e três meses seja muito tempo nos parâmetros políticos, a configuração para
2018 já começou a ser rascunhada. Pelo menos na corrida pelo Palácio dos Leões.
Com o medo e
impossibilidade da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) entrar na disputa pela
alta rejeição somada aos processos por corrupção, e com a possibilidade
iminente do governador Flávio Dino (PCdoB) ser investigado e se tornar réu no
maior esquema de ladroagem e propinagem do país, a eleição do ano que vem para
o governo estadual promete ser acirrada.
Além do
próprio comunista, que apesar de pilhado pela Odebrecht garante concorrer à
reeleição, já se manifestaram a vontade de concorrer ao cargo a ex-deputada
estadual Maura Jorge (PTN) e o senador Roberto Rocha que ainda não fechou causa
se vai ser mesmo pelo PSB ou pelo PSDB.
Enquanto
Flávio Dino tem se aproximado de políticos e lideranças por meio de eventos
oficiais para entrega de equipamentos e serviços públicos, os dois adversários
vêm apostando no corpo a corpo pelo interior e abusam das redes sociais para se
manter vivos no jogo.
Flávio Dino
Provável nome
com maior força na disputa pelo fato único de estar sentado na máquina e saber
fazer bom uso desta, Dino é, também, a principal incógnita do próximo pleito,
por não haver certeza se ele terminará ou não o mandato e se concorrerá à
reeleição mesmo que atualmente afirme que sim, para as duas coisas.
Citado na
Operação Lava Jato pelo delator José de Carvalho Filho, o comunista é alvo de
um pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Superior
Tribunal de Justiça (STJ), por autorização do Supremo Tribunal Federal (STF),
por suspeitas de que tenha participado do esquema de corrupção da Odebrecht
recebendo dinheiro por fora em troca de favores para a empresa. A aceitação
desse pedido, somada a possibilidade de oferecimento de denúncia pela PGR,
definirá se ele pode ou não virar réu e permanecer no cargo.
Nessa eventual
situação, ele pode lançar o prefeitos de São Luís ou de Ribamar, Edivaldo
Holanda Júnior e Luis Fernando Silva, ou ainda o presidente do Procon, Duarte
Júnior, para substituí-lo. Caso seja obrigado a isso, e o ungido seja Edivaldo
ou Luis Fernando, eles terão de deixar o PDT e PSDB e entrar no PCdoB. Duarte
já é, oficialmente, comunista.
Por outro
lado, caso se livre dessa nódoa, a força dos Leões já o deixa literalmente na
agenda do principal nome para comandar o Estado, por meio de seu grupo, pelo mesmo
tempo em que clã Sarney controlou o estado.
Maura Jorge
Ex-deputada
estadual por pelo menos quatro mandatos e ex-prefeita do município de Lago da
Pedra por duas vezes, a pré-candidata do PTN é, na verdade, a única dos três
que já faz campanha aberta pelas cidades do Maranhão.
Conhecedora do
caminho das pedras, de maior carisma que os outros dois e articulação e
tirocínio político capaz de fazer toda uma população carregá-la nos braços e
deixar o governador falando sozinho em praça pública, Maura Jorge caminha para
as urnas, até agora, a única mulher na disputa.
Pesa contra
ela apenas o fato de que precisa mostrar a habilidade que possui para ampliar
seu peso partidário, já que a legenda em que é filiada ainda é nanica.
Roberto Rocha
Roberto Rocha,
por sua vez, carrega o forte discurso de que pretende realmente implantar no
estado a Mudança prometida aos maranhenses em 2014, quando ainda era aliado de
Flávio Dino e não a de perseguição, arrocho salarial, tentativa de censura à
imprensa, aumento descontrolado de impostos e continuísmo de gastos com coisas
supérfluas e propaganda, “mudança” conhecida tanto por quem não apostou como
por quem apostou na implantação do regime comunista no Maranhão.
O socialista
tem ainda o trunfo de ser conhecedor não somente dos 217 municípios
maranhenses, mas de ser especialista em dados, números e estatísticas de todo o
estado.
Contra ele,
porém, pesa o fato de que, embora pregue por onde passa que a sua principal
plataforma política é unir o Maranhão e superar a dicotomia Sarney versus
anti-Sarney, Rocha ainda não conseguiu se firmar como terceira via em razão de
não decidir por qual partido disputará a eleição. Essa demora, além de
dificultar a formação de um grupo em torno de seu nome, tem provocado na
população a desconfiança de que o [ainda?] socialista possa realmente sair
candidato a governador contra Flávio Dino ou, se sair, na falta de outro nome
competitivo, será a opção adotada pela oligarquia Sarney para o pleito.
Fonte: Atual 7
0 comments:
Postar um comentário
Fique à vontade, sua opinião é livre e de grande importância; contudo é de inteira responsabilidade do leitor e não representa a opinião do editor deste blog. Prezamos pela ética e pudor. Os comentários serão publicados em até 24 horas após análise.
Se achar algo que viole ou fira sua honra pessoal, envie para o e-mail: srfernandomelo@gmail.com que iremos avaliar.