Foto: Reprodução |
Após
reportagem publicada no domingo (7) no portal AZ, do Piauí, revelando denúncias
de pedofilia e exploração sexual contra meninos e meninas em Teresina, a
promotora de Justiça Vera Lúcia Santos, da Vara da Infância e da Juventude,
pediu hoje (11), ao jornalista Walcy Vieira, as gravações feitas para a
realização da matéria. O caso será encaminhado pela promotora à Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Teresina, para ser detalhadamente
investigado.
Um padre – que
há mais de três décadas estaria cometendo crime de pedofilia em Teresina e
ultimamente numa casa em construção no povoado Canaã, em Caxias (MA) –, o dono
de uma ONG (que recebe dinheiro público para tirar meninos das ruas, mas que
também estaria abusando sexualmente de meninos há cerca de 20 anos) e um
empresário do ramo de postos de combustíveis são apontados na reportagem –
embora sem ter seus nomes citados – como três dos principais abusadores de
meninos e meninas pobres da periferia de Teresina.
Tendo em mãos
os documentos e gravações recebidas do repórter, a promotora disse que também
pedirá ajuda à Polícia Civil de Caxias – cujo delegado regional é Jair Paiva –,
já que a casa em construção usada pelo padre do Piauí para o cometimento de abusos
está localizada no povoado Canaã, zona rural do município maranhense (a 47 km
de Teresina).
Fotos da casa
e depoimentos de vizinhos, que confirmam os abusos, deverão chegar às mãos da
polícia maranhense. Na casa em obras, até uma morte já teria acontecido. Um
adolescente teria assassinado outro e jogado o corpo em um poço que existe no
terreno.
Segundo a
reportagem do portal AZ, o nome do padre é conhecido por muita gente, inclusive
por seus superiores hierárquicos, que, entanto, preferem fazer de conta que
desconhecem suas atividades.
Hoje com 23
anos de idade, o encanador J.P.S.N., relatou casos bizarros vividos por ele, o
padre e amigos.
“Eu morava no
bairro Primavera [zona norte de Teresina]. O padre me encontrou e disse que
iria cuidar de mim. Me deu roupas, calçados, comida e me levou para a casa
dele. Lá já tinham outros meninos. Na época, eu tinha 13 anos de idade. Todos
que moravam na casa faziam sexo com o padre. Para todos os lugares que ele ia,
nos levava”, relatou J.
A reportagem
do Portal AZ foi até a localidade Canaã. Lá, entrevistou vizinhos da casa
construída e visitada pelo padre.
“Ele sempre
vem aí com meninos. Alguns deles parecem ter cerca de 12 anos de idade. Um
rapaz matou o outro aí (na casa), jogou dentro do poço. Depois disso, o padre
passou um tempo sem aparecer, mas já voltou a andar por aqui novamente”,
relatou uma vizinha da casa, completando que não é segredo e que não é de hoje
que o vigário mantém a casa abandonada para abusar sexualmente dos meninos.
“O senhor pode
perguntar para qualquer pessoa aqui da região que vão lhe contar a mesma
história”, disse.
E assim a
reportagem fez. Sete famílias diferentes foram ouvidas. Todas sabem do que
chamam de “safadeza” do padre. O morador R.A.L, 48 anos, proibiu até o filho de
sair de casa quando padre está na comunidade.
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