ANEEL,
Procon-MA e Defensoria Pública do Estado (DPE) acompanham o processo
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A Justiça
Federal suspendeu, nesta quarta-feira (14), uma audiência pública para tratar
de aumento de aproximadamente 21% nas contas de energia do Maranhão. Segundo a
decisão da Justiça, a audiência, que aconteceria no SEBRAE – Jaracaty, em São
Luís, não foi divulgada com a antecedência exigida pelo Artigo 18 Parágrafo
Primeiro da Resolução Normativa nº 483/2012 da Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL). Procon-MA e Defensoria Pública do Estado (DPE) acompanham o
processo.
A cada quatro
anos, a ANEEL realiza uma Revisão Tarifária Periódica (RTP). A audiência, que
aconteceria em São Luís, iria apresentar o novo valor da tarifa de energia
elétrica no Estado (0,603 R$/KWh), o que, segundo o Sindicato dos Urbanitários
do Maranhão (STIU-MA) tornaria a tarifa da Companhia Energética do Maranhão
(CEMAR) a mais cara do país.
Contudo, o
juiz federal José Carlos Madeira, da 5ª Vara Federal Civil do Maranhão,
considerou que a audiência pública, etapa essencial para a aprovação do reajuste,
não teve divulgação suficiente para promover ampla participação popular. “A
audiência foi temporariamente suspensa. Continuaremos acompanhado de perto, em
conjunto com a Defensoria Pública e com os outros órgãos de defesa do
consumidor, para impedir mais essa onerosidade excessiva ao consumidor
maranhense”, garantiu o presidente do Procon-MA, Duarte Júnior.
Vale destacar
que, somente em 2016, a CEMAR teve um lucro líquido (livre de imposto e
contribuição social) de R$ 399 milhões, obtidos sobre uma receita de R$ 3,06
milhões. A companhia maranhense, que integra o Grupo Equatorial, possui a 75º
maior receita do Brasil e é a 10ª que mais rende lucros no setor elétrico
brasileiro. O setor, aliás, não foi afetado pela crise, com lucro superior a R$
10 bilhões em 2015.
Em
contrapartida, o Grupo Equatorial diminuiu em 18% seu quadro de pessoal,
realizando mais de 2 mil demissões entre 2004 e 2016. Só no ano passado, quase
3 mil reclamações por interrupção de energia foram registradas, e o tempo médio
de atendimento de emergência é de 13 horas. De 2015 pra cá, 9.920 reclamações
foram formalizadas junto ao Procon/MA por irregularidades nos serviços da
CEMAR.
Por decisão da
Justiça, uma nova data deverá ser agendada e amplamente divulgada para todo o
Estado. Se aprovado, o aumento passará a valer para as contar de energia do
Maranhão ainda este ano. Os consumidores podem acompanhar o caso pelas redes
sociais e site do Procon-MA, e ainda solicitar informações pelo atendimento da
ANEEL, no número 167.
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