quarta-feira, 12 de julho de 2017

Lula é condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por caso tríplex na Lava Jato

Juiz Sérgio Moro condenou ex-presidente por crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; petista poderá recorrer da decisão em liberdade


O ex-presidente Lula, no último dia 10 de julho.  EFE
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro no episódio envolvendo a compra de um tríplex no Guarujá (SP). A sentença foi proferida nesta quarta-feira (12) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância.

O magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba determinou que Lula poderá recorrer da sentença em liberdade. O magistrado chegou a escrever em sua decisão que "caberia cogitar a decretação da prisão preventiva", mas a "prudência recomenda que se aguarde o julgamento", pois a prisão de um ex-presidente envolveria "certos traumas".

Moro apontou "relação espúria" entre Lula e a empreiteira OAS no esquema envolvendo a compra do apartamento 164-A no Condomínio Solaris e disse que os crimes investigados nesse episódio culminaram no repasse de R$ 16 milhões ao Partido dos Trabalhadores.

"O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de presidente da República, ou seja, de mandatário maior. A responsabilidade de um presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Isso sem olvidar que o crime se insere em um contexto mais amplo, de um esquema de corrupção sistêmica na Petrobras e de uma relação espúria entre ele o Grupo OAS", escreveu o magistrado na sentença.

O juiz federal também criticou a postura adotada pelo ex-presidente, alegando que Lula adotou "condutas inapropriadas" e "tentou intimidar a Justiça".

"[Lula] tem adotado táticas bastante questionáveis, como de intimidação do ora julgador, com a propositura de queixa-crime improcedente, e de intimidação de outros agentes da lei, procurador da República e delegado, com a propositura de ações de indenização por crimes contra a honra. Até mesmo promoveu ação de indenização contra testemunha e que foi julgada improcedente, além de ação de indenização contra jornalistas que revelaram fatos relevantes sobre o presente caso, também julgada improcedente."

"[O ex-presidente] tem ainda proferido declarações públicas no mínimo inadequadas sobre o processo. Essas condutas são inapropriadas e revelam tentativa de intimidação da Justiça, dos agentes da lei e até da imprensa para que não cumpram o seu dever", escreveu Moro.

O juiz federal determinou ainda o confisco do tríplex no Condomínio Solaris.

Mais informações em instantes

Fonte: Último Segundo


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