Apenas um dos três acusados do assassinato, Rogério Furtado de Sousa, compareceu ao julgamento, realizado nesta segunda-feira (25), 25 anos após o crime.
Julgamento ocorreu nesta quarta-feira no Fórum Desembargador Sarney Costa (Foto: Biné Morais / O ESTADO) |
TV Difusora e Imirante - Após 25 anos
do assassinato do ex-prefeito de Poção de Pedras (MA), Raimundo Mota da Silva
(‘Borges’), um acusado no caso foi julgado nesta segunda-feira (25) por júri
popular. Somente Rogério Furtado de
Sousa compareceu ao julgamento. Os
outros dois acusados intimados ao julgamento hoje (25) não compareceram ao
tribunal. Valter Luiz Bastos Cantanhede,
o Valtinho, está hospitalizado após passar mal quando foi intimado e a ausência
do outro acusado, o advogado Cosme José Teixeira, que iria fazer a própria defesa, não foi justificada. De início, eram sete acusados pelo crime –
alguns já faleceram e outros tiveram a punibilidade do crime extinta devido à
demora da ação judicial.
Assista a reportagem:
O crime
ocorreu no dia 17 de setembro de 1992, no Conjunto Paranã, próximo ao Maiobão
(Paço do Lumiar). Na época, a vítima estava afastada do cargo de prefeito por
decisão judicial. Os réus foram denunciados por sequestrar, assassinar a tiros
de revólver, torturar e carbonizar a vítima, além de ocultar o cadáver.
O principal
suspeito de ordenar o crime era o vice-prefeito da época, Francisco de Alencar
Sampaio, conhecido como Chicão, que já faleceu e teve o crime prescrito em
vida. A motivação do assassinato seria, conforme o Ministério Público, impedir o retorno de Raimundo Mota da Silva
ao cargo de prefeito e manter Francisco de Alencar Sampaio no cargo de modo
definitivo, beneficiando alguns comparsas.
Depuseram no
julgamento o motorista de Chicão, peça fundamental para a elucidação do crime;
e também o delegado Paulo Roberto, que deu início às investigações. Ele fora
afastado do caso na época pelo delegado metropolitano Luís Moura. A esposa de
Luís Moura chegou a oferecer propina à Paulo Roberto para que manipulasse as
investigações, de acordo com o depoimento do profissional.
“Este processo
de hoje é uma demonstração de que a justiça pode ser manipulada. Este é o
retrato da manipulação. De tudo fizeram para que estes réus não fossem
julgados”, disse o juiz Gilberto de Moura Lima. De tão antigo o processo, as
páginas ficaram amareladas.
Vinte e oito
anos e 15 dias foi a pena decretada pelo Poder Judiciário para o advogado Cosme
José Teixeira e Rogério Furtado. O julgamento ocorreu no
Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau. A sessão do júri foi presidida
pelo juiz Gilberto de Moura Lima e teve participação do promotor de Justiça
Gilberto Câmara França Júnior, na acusação, e os advogados Adriano Wagner
Araújo Cunha e João Bispo Serejo Filho na defesa de Rogério Furtado. Ainda
durante o julgamento foram ouvidas mais quatro testemunhas entre acusação e
defesa. A assessoria de comunicação do fórum informou que o réu Cosme Teixeira
foi intimado, mas não compareceu ao julgamento e vai ser expedido um mandado de
prisão em seu desfavor. Os dois réus podem recorrer a essa sentença judicial,
mas presos.
Mais detalhes do crime ocorrido na tarde do dia 17 de setembro de 1992 - https://www.fernandomelo.blog/2017/09/acusados-do-assassinato-de-raimundo.html
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