Foto: Agência Senado/Fotos Públicas |
REVISTA FÓRUM
– O novo diretor da Polícia Federal chama-se Fernando Segóvia,
ex-superintendente da PF no Maranhão durante o governo Roseana Sarney.
Diferentes fontes garantem que seu nome foi sacramentado no cargo após um
jantar entre o presidente Michel Temer e o ex-presidente José Sarney, aquele
cujo domínio da política maranhense durou 50 anos.
Se alguém
tinha dúvida de que a nomeação de Segóvia não tinha sido política e que as
relações dele com Sarney e o PMDB não iriam politizar as ações do órgão, pode
ir tirando o cavalinho da chuva.
Ontem a PF
realizou no Maranhão a “Operação Pegadores”, um desdobramento da “Operação
Sermão ao Peixes”, que apura fraudes no sistema estadual de saúde iniciadas em
2012, quando o secretário de Saúde, do governo Roseana Sarney, era Ricardo
Murad (PRP), cunhado dela.
Só que nesta
nova etapa, Murad que era citado pela PF como líder da organização criminosa
que teria desviado cerca de R$ 1,2 bilhão da saúde estadual, ficou de fora das
investigações.
Mais do que
isso, a operação policial foi toda costurada com os grupos de comunicação
locais ligados à Sarney para transformar Dino num ladrão de dinheiro da saúde.
E para atacar secretários importantes do seu governo, como Márcio Jerry, também
do PCdoB.
Entre outras
acusações, a delegada responsável da operação diz ter achado mais de 400
funcionários fantasmas na saúde, mas não apresentou a respectiva relação de
nomes. O governador Flávio Dino já requereu formalmente os nomes da suposta
lista. “Estamos esperando a lista dos alegados 400 fantasmas, para verificar se
isso procede, quem foi o responsável, em qual época e por qual motivo”,
escreveu Dino em suas redes sociais.
A operação da
PF ainda acusa o governo atual de contratar para prestar serviços à saúde uma
antiga sorveteria, que teria emitido notas fiscais frias, que permitiram o
desvio de R$ 1.254.409,37 (hum milhão, duzentos e cinquenta e quatro mil,
quatrocentos e nove reais e trinta e sete centavos).
Até o momento,
porém, não teria sido apresentado pela PF nenhum contrato assinado por qualquer
autoridade do governo Dino com a tal sorveteria que teria virado empresa
médica.
Ou seja, está
claro que Flávio Dino vai comer o pão que o diabo amassou daqui até o final do
seu mandato. E que terá que buscar fora do estado apoio para poder continuar
governando.
Outro político
que ousou enfrentar Sarney, o já falecido Jackson Lago (PDT), ganhou a eleição
de Roseana mais foi cassado durante o governo para que ela pudesse assumir.
Quem achava
que o velho Ribamar Ferreira de Araújo Costa era carta fora do baralho,
enganou-se. Ele está de novo no comando. E da PF. O que não é pouca coisa para
quem é especialista em fazer política da forma mais heterodoxa possível.
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