Ex-prefeita Bia Venâncio e um antigo amigo |
A pedido do
Ministério Público do Maranhão, a Justiça condenou a ex-prefeita de Paço do
Lumiar, Glorismar Rosa Venâncio, conhecida como Bia Venâncio, a um ano, 11
meses e 15 dias de detenção, em regime inicialmente aberto. De acordo com a
sentença, a ex-gestora também está impedida de exercer cargo ou função pública
pelo prazo de cinco anos.
Motivaram a
Denúncia do MPMA, que resultou na sentença proferida em 23 de novembro,
diversas contratações temporárias, efetivadas por Bia Venâncio, sem qualquer
critério e, muitas vezes, como recompensa por apoio político.
Ofereceu a
Ação Penal contra a ex-prefeita a promotora de justiça Gabriela Brandão da
Costa Tavernard. Proferiu a sentença a juíza Jaqueline Reis Caracas.
HISTÓRICO
Em 2009, o
Ministério Público encaminhou ofício à Prefeitura de Paço do Lumiar
requisitando informações sobre as contratações, além de Recomendação
esclarecendo que contratações temporárias ferem a norma constitucional, bem
como as consequências desta conduta. Também foi recomendado que fosse cessado o
pagamento dos salários dos servidores contratados irregularmente.
Após novo
ofício, a Procuradoria Geral do Município informou que teria sido decretada
situação de emergência em Paço do Lumiar, o que supostamente justificaria as
contratações temporárias.
Diante da
resposta, a promotora de justiça Gabriela Tavernard requereu da Câmara de
Vereadores a lei municipal que autorizou a contratação dos funcionários sem
concurso público.
A Câmara
informou que havia aprovado a Lei nº 412/2009, estabelecendo a contratação
temporária mediante processo seletivo simplificado e com ampla divulgação. Além
disso, as contratações teriam tempo determinado, não podendo ultrapassar o
prazo de um ano. A lei também dispunha sobre os cargos que poderiam ser
providos sem concurso, número de vagas e vencimento.
Mas, segundo a
Denúncia do MP, as nomeações realizadas pela ex-prefeita desobedeceram a lei
municipal. Não houve processo seletivo simplificado e muitas contratações foram
feitas unicamente para premiar pessoas que ajudaram na campanha, parentes ou
amigos da então prefeita.
Para burlar a
lei, Bia Venâncio demitia os contratados no final do prazo permitido e os
contratava novamente.
Ao longo das
investigações, o Ministério Público atestou um grande número de contratações
temporárias, efetivadas no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2010, após
quebra do sigilo bancário dos servidores da Prefeitura. A quantidade de
contratações ultrapassava o número previsto na lei municipal, que
posteriormente foi declarada inconstitucional.
Segundo a
promotora de justiça, as contratações não tinham qualquer caráter de
excepcional interesse público. “Na verdade, os servidores com contrato
temporário ocupavam cargos básicos da administração pública, que deveriam ser
providos por concurso”, concluiu Gabriela Tavernard, na ação.
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