Após uma série
de encontros e muitas reivindicações, o presidente da Assembleia
Legislativa, Othelino Neto (PC do B),
apresentou, na manhã desta quinta-feira (8), ao presidente da Federação dos
Municípios do Estado do Maranhão
(FAMEM), Cleomar Tema e dezenas de prefeitos, cópia da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC), que
modifica o artigo 51 da Constituição Estadual e revoga a Instrução Normativa do
TCE, que inviabilizaria a realização do
Carnaval na maioria das cidades maranhenses.
Pela Instrução
do TCE, são consideradas ilegítimas para os fins do artigo 70 da Constituição
Federal, qualquer despesa custeada com recursos públicos municipais – inclusive
aqueles decorrentes de contrapartida em convênio – com eventos festivos quando
o município estiver em atraso com o pagamento da folha salarial (incluindo
terceirizados, temporários e comissionados); ou em estado de emergência ou de
calamidade pública decretado.
Na esteira da
decisão do TCE, a Secretaria de Cultura do Estado baixou a Portaria, nº 067/2018, determinando que o governo do Maranhão
somente efetuará transferências voluntárias de recursos para municípios, cujos
gestores, comprovem, através de declaração que deve ser entregue na SECTUR, que
estão com os salários dos servidores públicos rigorosamente em dia.
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“Foi uma
vitória conquistada com muita luta, com muito esforço, mas agora estamos
tranqüilos e poderemos realizar o Carnaval em nossos municípios. Essa é uma
festa tradicional, é uma das maiores expressões da cultura popular do Brasil,
que incrementa o turismo, gera receitas. Só queremos aqui agradecer ao deputado
Othelino Neto e a todos os parlamentares que se empenharam para que chegássemos a esse denominador
comum. É uma vitória de todos, dos prefeitos e do Legislativo”, destacou o presidente
da FAMEM.
Conforme o
presidente da FAMEM, a decisão do TCE foi tomada num momento em que
praticamente todos os prefeitos já estavam com suas festividades organizadas,
de contratos com bandas e outras despesas. Ele entende que, se prevalecesse tal
determinação, muitos prefeitos correriam risco de serem penalizados
posteriormente.
A PEC é de autoria do deputado Júnior Verde (PRB) e
acresce ao parágrafo 5º, do artigo 51, a
seguinte redação: “No exercício do poder regulamentar, o Tribunal de Contas não
poderá expedir atos normativos que criem restrições ao poder discricionário dos
administradores públicos, bem como estabeleçam sanções não previstas em lei”.
Já no
parágrafo 6º do mesmo artigo, a PEC estabelece: “ Para expedições de atos
normativos de quaisquer espécies, o Tribunal de Contas deverá ouvir,
previamente, em audiência pública, os gestores públicos dos ente federados,
convocados por todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuser, sendo
obrigatória a divulgação no sítio oficial da\ rede mundial de computadores
(internet) e no diário oficial eletrônico da minuta do ato, com antecedência
mínima de 15 dias”.
Já o
artigo 2º da PEC significa um autêntico arremate: “O
disposto na presente Emenda à Constituição se aplica a todos os atos normativos
já expedidos pelo Tribunal de Contas do Estado, cuja incidência para atos e
fatos administrativos referentes ao presente exercício financeiro ficam
sujeitos à restrição contida no artigo 51 parágrafo 7º da Constituição
Estadual”.
Subscrita por
28 parlamentares, a PEC já está em tramitação e deverá ser aprovada logo após o
Carnaval, de acordo com o presidente da AL, Othelino Neto.
“Não estamos
entrando em choque com o Tribunal de Contas, órgão com quem a Assembleia
tem plena harmonia, embora nem sempre tenha que pensar igual”, como é
normal numa democracia”, afirmou o presidente do Legislativo Estadual.
De acordo com
Othelino Neto, a decisão dos parlamentares vai de encontro aos anseios dos
prefeitos e não significa subestimar, a Corte de Contas do Estado. “O Carnaval
é uma manifestação de alegria, uma festa presente e muito fortalecida em todas
as cidades. Com certeza, pequenos vendedores e outros profissionais, assim como
os próprios prefeitos já fizeram investimentos e não seria justo banir tal
festividade. As normas moralizadoras do TCE não serão atingidas, uma vez que
essa PEC representa apenas alguns
ajustes, por conta do cronograma das prefeituras”, ressaltou Othelino
Neto.
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