Maranhão Hoje / Aquiles Emir
Em nota
distribuída nesta quarta-feira (11), o babalorixá Wilson Nonato de Souza, o
Mestre Bita do Barão, repudiou o teor da reportagem publicada pela Veja (reveja), na
qual é dito que ele estaria fazendo “trabalhos” para interferir na eleição
estadual a fim de beneficiar a ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Bita diz
não ter dúvida de que a revista foi pautada para atender interesses políticos,
“como prova a exploração que está sendo utilizada na mídia local”, mas não cita
quem seriam os interessados na exploração que vem sendo dada à reportagem.
De acordo com
Bita, além de preconceituosa, por tratá-lo de forma pejorativa como bruxo e
feiticeiro, a reportagem tem servido para alimentar o ódio aos cultos afros.
“Abri as portas da minha casa para o senhor João Batista, repórter da revista
Veja, acreditando ser uma oportunidade de divulgar minha querida Codó, onde há
mais de 60 anos resido e realizo minhas celebrações”, queixa-se.
De acordo com
a nota, o objetivo da entrevista seria difundir os trabalhos espirituais que
ele realiza, o que poderia ajudar a divulgar a cidade de Codó e com isto
fomentar o turismo no estado, já que em agosto realiza um festejo que atrai
pessoas de várias partes do mundo, mas agora percebe que a intenção era outra,
com fins eleitoreiros. “Em vez de levar informação aos leitores, essa matéria
serviu para espalhar o ódio, a intolerância, a discriminação, claramente com
fins eleitoreiros”.
Abri as portas
da minha casa para o senhor João Batista, repórter da revista Veja, acreditando
ser uma oportunidade de divulgar minha querida Codó, onde há mais de 60 anos
resido e realizo minhas celebrações. Qual foi minha surpresa ao tomar
conhecimento de tantas inverdades contidas numa só matéria.
É triste que
nos dias de hoje a gente tenha uma revista semanal que publique uma reportagem
com tamanho preconceito e desrespeito às religiões afro-brasileiras. No texto,
sou tratado pejorativamente como bruxo e feiticeiro, numa tentativa de
demonizar a mim e às pessoas que frequentam terreiros. Espalhar a intolerância
religiosa é, no mínimo, irresponsável, principalmente vindo de uma revista lida
em todo Brasil. Codó, no Maranhão, é conhecida como a capital brasileira da
Umbanda e os festejos promovidos no mês de agosto fazem parte do calendário
religioso/cultural do Maranhão e, até mesmo, do Brasil. Turistas de todo o País
que acreditam no poder da fé frequentam e vêm conhecer essa festa. É comum que
políticos e autoridades, principalmente do meu próprio estado, venham a essa
festa, da mesma forma em que vão a qualquer outro templo religioso.
Em vez de
levar informação aos leitores, essa matéria serviu para espalhar o ódio, a
intolerância, a discriminação, claramente com fins eleitoreiros. Isso encontra
guarita num grupo de radicais fundamentalistas que têm usado as redes sociais
para atacar a mim e as pessoas que respeitam a cultura e a diversidade
religiosa do Maranhão. Incitar brasileiros a atacarem outros brasileiros em
função da sua crença ou em função da sua descrença além de preconceito, é
crime.
Por outro
lado, lamentavelmente, a revista foi pautada por interesse político, como prova
a exploração que está sendo utilizada na mídia local. Minha missão é religiosa.
Cultuo a Deus e meus santos, fazendo o bem e nunca mal a ninguém.
Sou para o
Maranhão, norte e nordeste conhecido, como era Mãe Menininha, na Bahia.
Deixo
registrado meu repúdio e profunda indignação com essa campanha difamatória que
atinge não apenas a mim, mais a todos os homens e mulheres de bem que buscam na
fé, preservar e viver os valores da verdade, da paz e da convivência fraterna
entre os semelhantes.
Mestre Bita do
Barão
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