Prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira. (Foto: Reprodução) |
Um rombo na ordem de 21,15
milhões, no Instituto de Previdência Social dos Servidores do Município de
Açailândia (IPSEMA), levou o Ministério Público do Maranhão (MPMA) a ajuizar
três ações contra o prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira.
Além de Juscelino Oliveira, foram
denunciados a ex-prefeita, Gleide Santos (2013-2015) e a presidente do IPSEMA,
Josane Araújo. Os três acionados são envolvidos nas irregularidades, ocorridas
no período de janeiro de 2013 a dezembro 2017.
O MP pediu o afastamento do
prefeito Juscelino Oliveira e a indisponibilidade de seus bens. A ação é da
promotora Glauce Lima Malheiros, da 2ª Promotoria de Justiça de Açailândia.
“Percebe-se o tamanho do rombo
financeiro deixado pelos requeridos, em uma dívida que ultrapassa R$ 21
milhões, até dezembro de 2017, valor crescente a cada exercício e que deve
estar em patamar bem superior nos dias atuais”, ressalta Glauce Malheiros.
Na segunda ação o MP pede a
retenção judicial e transferência de verbas descontadas e devidas, com pedido
de liminar, os requeridos são o Município e o IPSEMA. Além das duas ações, o
MPMA também ofereceu Denúncia contra a ex-prefeita Gleide Santos.
ILEGALIDADES
Verificadas pela Assessoria
Técnica do MPMA, as ilegalidades incluem a falta de repasse ao instituto de
contribuições descontadas, no valor de R$ 21.157.711,22; a inadimplência com
parcelamento de débitos, totalizando R$ 800.549,34 e o excesso de despesas administrativas
no valor de R$ 1,9 milhão.
Uma auditoria realizada pelo MPMA
demonstrou que, antes de 2013, já havia débitos com a Unidade Gestora do Regime
no valor de R$ 7.845.424,85 e o fato levou o prefeito, a ex-prefeita e a
presidente do instituto a serem acionados judicialmente.
Desde 2013 à frente da gestão do
IPSEMA, a própria Josane Araújo confirmou que, além da inadimplência dos
débitos, têm sido feitos reparcelamento dos valores.
“O atraso no repasse das
contribuições previdenciárias e o pagamento dos débitos parcelados têm
repercussão em despesas indevidas e desnecessárias com multas, juros e correção
monetária, representando prejuízo ao erário”, aponta a promotora de justiça.
IMPROBIDADE
Na ação por ato de improbidade
administrativa, o MPMA requer a indisponibilidade de bens do caso do prefeito e
da ex-prefeita até o valor dos danos aos cofres públicos. No que se refere à
presidente do IPSEMA, o valor é R$ 1.534.841,12.
A Promotoria de Justiça também
pede a condenação do prefeito e da presidente do instituto ao afastamento dos
cargos públicos, sem remuneração.
Na ação, o MPMA pede a condenação
dos acionados por improbidade administrativa, o que implica em punições como
perda da função pública; ressarcimento integral do dano; suspensão dos direitos
políticos pelo prazo de cinco a oito anos e pagamento de multa civil até o
dobro do dano.
Entre as penalidades estão a
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos
RETENÇÃO
Um dos pedidos da ACP com pedido
de retenção e transferência é a determinação liminar para que o Município
encaminhe a lista dos valores descontados em folha de pagamento dos servidores
vinculados ao instituto e valor devido ao IPSEMA e o consequente bloqueio
destes valores.
Também solicita a condenação do
IPSEMA à cobrança judicial em, no máximo 60 dias, de toda a dívida atualizada
do Município com o instituto.
Na denúncia, o Ministério Público
pede que a ex-prefeita Gleide Santos seja condenada pelo crime de apropriação
indébita, previsto no artigo 168 do Código Penal, que implica em reclusão, de
um a quatro anos, e multa.
Com edições do Portal Guará
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