Agência Senado
Agressores de
mulheres poderão ser obrigados a usar dispositivos eletrônicos indicativos de
suas localizações. Este é um dos objetivos de projeto de autoria da ex-senadora
Renilde Bulhões (Pros-AL), aprovado nesta quinta-feira (5) pela Comissão de
Direitos Humanos (CDH).
O Projeto de
Lei (PL) 3.980/2019 altera os artigos 22 e 23 da Lei Maria da Penha (Lei
11.340, de 2006), para assegurar às mulheres ofendidas o direito de solicitar
equipamento eletrônico com a finalidade de alertá-las sobre o descumprimento
das medidas protetivas de urgência estabelecidas pela Justiça.
Na
justificativa do projeto, Renilde Bulhões lembra que muitas vezes o poder
público, mesmo concedendo com celeridade medidas protetivas de mulheres vítimas
de violência doméstica, falha em garantir o cumprimento daquelas por parte dos
agressores.
Em relatório
favorável ao projeto, o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) avaliou que o
uso da tornozeleira eletrônica poderá contribuir para preservar a vida e a
integridade física e psíquica de mulheres vítimas de violência doméstica e
familiar.
— A
tornozeleira eletrônica permite que o agressor seja monitorado em tempo real
pelo poder público e pode alertar automaticamente a vítima em caso de
aproximação do agressor, permitindo que busque ajuda. O meio previsto é,
portanto, eficaz para atingir o objetivo desejado — afirmou Styvenson.
Em sua
opinião, a proposta se reveste “de especial importância num país que ainda
ostenta a quinta maior taxa de feminicídios no mundo e onde diversas formas de violência
contra a mulher continuam a crescer."
Styvenson
apresentou apenas uma emenda à proposta explicitando que o tipo de
monitoramento ao qual será submetido o agressor — de localização. A intenção é
evitar que o monitoramento inclua captação de imagens e de som ambiente, o que
poderia levantar questionamentos judiciais sobre violação de intimidade e
privacidade do monitorado.
O texto agora
segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça, onde receberá decisão
terminativa.
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