sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

General do Irã morto pelos EUA foi responsável por milhares de mortes

Soleimani, com o presidente do Irã, Hassan Rohani
 Divulgação/Presidência do Irã

Em mais de 20 anos no comando da Força Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária Iraniana, o major-general Qasem Soleimani, de 62 anos, foi acusado por governos estrangeiros de envolvimento em milhares de mortes no Oriente Médio.

O militar foi assassinado na noite de quinta-feira (2), em um ataque norte-americano no Iraque.

O governo dos Estados Unidos acusa as milícias chefiadas por Soleimani de serem responsáveis pelas mortes de centenas de soldados americanos no Iraque.

O Pentágono afirmou em comunicado que "o general Soleimani estava ativamente desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros de serviço no Iraque e na região".

Também o acusam de ter aprovado o ataque de manifestantes à embaixada norte-americana em Bagdá, na terça-feira (31), e o atentado contra uma base militar dos EUA no Iraque, no mês passado, que matou um terceirizado.

Na Síria, os grupos dele foram enviados para ajudar o ditador Bashar al-Assad, a partir de 2011, com o início da guerra civil. A proteção incluía ataques dos milicianos ao povo sírio que se opunha ao governo de Assad.

Recentemente, o militar era responsável por supervisionar o extermínio de outras centenas de manifestantes anti-Irã em território iraquiano.

A história de Qasem Soleimani caminha junto com a da revolução que levou o Irã a se tornar uma teocracia xiita, em 1979. Naquela época, ele se juntou ao exército e começou a ganhar status de herói nacional por sua participação na guerra do Irã e Iraque (1980-1988).

O grupo chefiado por ele desde 1998, a Força Quds é responsável por realizar atividades clandestinas de guerra e inteligência em áreas de interesse do governo iraniano. Até sua morte, o major-general se reportava diretamente ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

No Iraque, grupos da Força Quds foram descritos em documentos norte-americanos como "esquadrões da morte xiitas".

A unidade sob o comando de Soleimani foi acusada pelo governo dos EUA de envolvimento direto na captura e morte de quatro soldados americanos em Carbala, no Iraque, em janeiro de 2007. No mesmo ano, o grupo foi acusado de promover um ataque a bomba em um mercado de animais no centro de Bagdá.

O Pentágono afirma que a força comandada por Soleimani treinou rebeldes para fabricar e instalar bombas em estradas durante a invasão americana no Iraque, o que teria resultado na morte de em torno de 600 soldados dos Estados Unidos.

A Força Quds foi classificada como organização terrorista por diversos países, incluindo os Estados Unidos, Israel, Canadá, Arábia Saudita e Barein.

O major-general foi acusado pelo governo dos EUA de planejar o assassinato do embaixador da Arábia Saudita no país, Adel Al-Jubeir, em 2011.

A morte de Qasem Soleimani, em um bombardeio dos Estados Unidos ao comboio em que ele estava, próximo ao aeroporto de Bagdá, retira de cena o mais importante estrategista da influência iraniana no Oriente Médio, o chamado eixo xiita.

No entanto, especialistas ouvidos pelo R7 afirmam que a resposta do Irã aos Estados Unidos não deve ser sutil. A perda de um oficial militar desse nível prejudica profundamente o país persa e sua tentativa de hegemonia na região.

Em nota, o presidente do Irã, Hassan Rohani, lamentou a morte de Soleimani e prometeu retaliação. "Sem dúvida, a vingança por esse crime hediondo será tomada pela grande nação e por outras nações livres da América criminosa", afirmou.

Fernando Mellis, do R7 Internacional


Um comentário:

  1. Essa é a função de um general do exército ���� defender o País dele que vive em guerra.

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