O ministro Celso de Mello, do
Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o Ministério da Saúde não pode
confiscar 68 respiradores comprados pelo governo do Maranhão. A decisão é de
segunda-feira (20), mas só foi divulgada nesta quarta (22).
O ministro deu prazo de 48 horas
para que uma empresa de Santa Catarina entregue os equipamentos ao governo
estadual. Celso de Mello atendeu a um pedido feito pelo Maranhão contra o
bloqueio do material pelo Ministério da Saúde.
Esses ventiladores serão destinados
a 132 leitos de UTI preparados para receber infectados com Covid-19. O Estado
já registrou ao menos 1.604 casos confirmados de coronavírus e 66 mortes.
Segundo o ministro, o Supremo tem
entendimento consolidado de que é inadmissível a requisição, pela União
Federal, de bens públicos estaduais, exceto quando for declarado estado de
defesa ou do estado de sítio.
Por causa da pandemia, o
Congresso reconheceu o estado de calamidade pública.
Ao STF, o governo do Maranhão
afirmou que é notório que equipar as UTIs com ventiladores pulmonares é
absolutamente essencial para a redução da mortalidade decorrente da infecção,
podendo-se mesmo afirmar que, sem esse equipamento, o tratamento da doença nos
casos de média e alta gravidade é completamente insuficiente.
Celso de Mello afirmou que o
relacionamento entre as instâncias de poder – União, estados e municípios –
encontra necessário fundamento na Constituição, que traduz, nesse contexto, a
expressão formal do pacto federal, cujas prescrições não podem ser transgredidas.
“O Poder Público, por isso mesmo,
tal como está a proceder, no presente caso, o Estado do Maranhão, deve
proporcionar aos cidadãos o acesso à saúde por meio de atendimento médico
adequado, mediante internações hospitalares em unidades plenamente equipadas
com recursos humanos e recursos materiais, providenciando e viabilizando a
realização de exames e fornecendo medicamentos, pois todos eles são fatores
essenciais e constituem elementos indispensáveis à preservação da própria
dignidade da pessoa humana”, escreveu o ministro.
Do G1, MA
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