O ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo hoje (24) com um discurso firme
contra a decisão do presidente Jair Bolsonaro de trocar o comando da Polícia
Federal, que disse representar interferência política e quebra da promessa de
que teria carta-branca.
O ex-juiz federal afirmou ter
ouvido diretamente de Bolsonaro que o presidente tinha preocupação com
inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), e que a troca no comando
da PF seria oportuna por esse motivo. “Não é razão que justifique a
substituição. É algo que gera uma grande preocupação”, afirmou Moro em seu
pronunciamento.
“Sinto que tenho dever de tentar
proteger a Polícia Federal”, acrescentou. “Tenho que preservar minha biografia,
mas acima de tudo, o compromisso que assumi no combate à corrupção e ao crime
organizado.”
A decisão de Moro – que ganhou
notoriedade como principal juiz da operação Lava Jato – ocorre após a
exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, pelo
presidente Jair Bolsonaro, publicada em edição extra do Diário Oficial da União
na madrugada de hoje.
Moro disse em seu pronunciamento
de despedida que desde o período da Lava Jato sempre se preocupou com a
possibilidade de interferência política em investigações da PF, e que foi
surpreendido com a publicação da demissão de Valeixo.
O ministro lamentou ter de tomar
a decisão durante a pandemia de coronavírus, mas disse que foi “inevitável”.
Moro ganhou notoriedade nacional
como juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde presidiu processos da
operação Lava Jato, o mais notório deles o que levou à prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em abril de 2018, após o Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF-4) confirmar em segunda instância a sentença de Moro que
condenou o petista.
A condenação na segunda
instância, no processo sobre o tríplex em Guarujá (SP), também deixou Lula
impedido de disputar a Presidência na eleição daquele ano, com base na Lei da
Ficha Limpa.
Alçado por muitos ao posto de
paladino do combate à corrupção, Moro abandonou a magistratura e aceitou convite
para comandar o reunificado Ministério da Justiça e Segurança Pública em
novembro, dias depois da vitória eleitoral de Bolsonaro no segundo turno contra
o petista Fernando Haddad. O ministro sempre negou que tivesse acertado a ida
ao governo com o presidente antes disso.
Com a promessa de Bolsonaro de
que teria carta-branca e apontado como um “superministro”, Moro tinha a
intenção de realizar uma série de mudanças legislativas que, na sua visão,
facilitariam o combate à corrupção no país. O ministro, no entanto, enfrentou
obstáculos no Congresso e teve decisões suas contrariadas por Bolsonaro. (Com
Reuters e Forbes)
Com essa postura, deveria ter saído muito antes,inescrupuloso.
ResponderExcluirCorreto o presidente não cumpriu com sua palavra. Um homem q não tem palavra não tem honra
ResponderExcluirDesde quando aquele bandido teve palavra de Homem e muleque
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