Para garantir a transparência das
despesas realizadas pelas Prefeituras de Paulo Ramos e Marajá do Sena no
combate à pandemia de Covid19, o Ministério Público do Maranhão (MPMA) ajuizou
duas Ações Civis Públicas, com pedidos de tutela de urgência contra os dois
Municípios, respectivamente, nos dias 3 e 8 de junho.
As manifestações foram formuladas
pelo titular da Promotoria de Justiça de Paulo Ramos, Rodrigo Freire Wiltshire
de Carvalho. Marajá do Sena é termo judiciário de Paulo Ramos.
Nas ACPs, o representante do MPMA
requer a criação e a alimentação diária de abas específicas nos referidos
Portais da Transparência, informando detalhadamente valores orçamentários e
despesas executadas, relativos ao combate à pandemia.
As informações devem incluir
contratos de prestação e fornecimento de bens e serviços, notas de empenho,
liquidação e pagamentos. Também devem ser descritos os bens e/ou serviços, com
quantidades, valores unitários e totais das aquisições. Devem ser, ainda,
informadas datas das aquisições e nomes dos fornecedores (com CNPJ).
A divulgação dos valores e
despesas é prevista pela lei federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que
dispõe sobre medidas de enfrentamento da pandemia. Segundo a lei, contratações
ou aquisições nela baseadas devem ser imediatamente disponibilizadas em website
específico.
Em função da pandemia, os dois
Municípios tomaram medidas de combate ao vírus, incluindo higienização de
logradouros públicos e aquisição de termômetros infravermelhos, equipamentos de
proteção individual (EPIs).
No caso do Município de Marajá do
Sena, acrescentaram-se às medidas a compra de leitos, 200 testes rápidos e
balões de oxigênio. Além disso, havia a intenção de locar uma ambulância.
PAULO RAMOS
Os pedidos do MPMA ao Município
já haviam sido feitos em Recomendação encaminhada, em abril, à secretária
municipal de Saúde, Rosana Almeida, que informou que a Prefeitura já tinha dado
cumprimento. Entretanto, o Ministério Público constatou que, apesar de haver
aba específica no referido Portal da Transparência para valores orçamentários e
despesas executadas, as informações não são publicadas detalhadamente.
MARAJÁ DO SENA
Também em abril, a Promotoria de
Justiça de Paulo Ramos encaminhou Recomendação ao secretário municipal de Saúde
de Marajá do Sena, Bruno Henrique Oliveira, fazendo os mesmos pedidos da ACP
ajuizada contra o referido Município.
A Recomendação também solicitava
que fossem informadas as providências tomadas para o cumprimento dos pedidos,
reforçados por um ofício – que dava 10 dias para fornecer as informações. Não
houve nenhuma resposta do Município aos documentos.
No caso do Município, foi
constatada a inexistência de aba específica e, obviamente, a atualização diária
detalhada de valores orçamentários e execução de despesas relacionadas à
pandemia.
PEDIDOS
Nas Ações, a Promotoria de
Justiça de Paulo Ramos requer a concessão das tutelas de emergência contra os
dois Municípios, sob pena de pagamento individual de multas por descumprimento,
no valor de R$ 10 mil diários. O MPMA também solicita que, ao final dos
processos, os pedidos sejam confirmados.
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