Apesar de ser
crime no Brasil, diversos grupos no WhatsApp estão sendo criados para a
movimentação que promete ganhos
A
palavra "Mandala" tem ganhado repercussão nas redes sociais nas
últimas semanas em Poção de Pedras. Você
certamente já ouviu falar, ou foi convidado para participar dessas famosas
pirâmides financeiras, que agora reaparecem como mandalas, uma aplicação
financeira ilegal no Brasil e que promete ganhos multiplicados e garantidos aos
participantes. Por ganância ou inocência, um número grande de poção-pedrenses tem
participado do esquema que é considerado crime.
Em Poção de Pedras os grupos trabalham com valores em torno de R$ 125,00, para um ganho
previsto de R$ 1.000,00. Através do aplicativo WhatsApp são formados os grupos
e os convidados depositam o dinheiro diretamente na conta de quem o criou. Cada
um dos participantes precisa convidar mais pessoas para dar andamento aos giros
da mandala, afim de se chegar ao centro das camadas e então receber o montante,
que supostamente seria bem maior do que o que foi investido.
Mesmo que você
conheça pessoas que já receberam dinheiro através deste tipo de movimentação,
muito cuidado, especialistas em economia e juristas afirmam que além de ser
crime, em algum momento alguém vai ser lesado. Em entrevista para a coluna
Brasil Econômico do economia.ig, o advogado e professor de matemática
financeira, José Vieira Dutra Sobrinho, disse que a tendência natural, à medida
que a pirâmide ou neste caso a mandala caminha, é que um número muito maior de
pessoas vai acabar perdendo dinheiro, porque a corrente sempre se rompe.
Ainda de
acordo com a publicação, a prática é enquadrada como um crime contra a economia
popular tipificado no inciso IX, art. 2º, da Lei 1.521/51: "obter ou
tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado
de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos". Até o momento, a
Polícia de Poção de Pedras não recebeu queixas de perdas financeiras.
Pirâmide financeira
O economista Rubicleis Gomes, professor da Universidade
Federal do Acre (Ufac), explica que uma pirâmide financeira torna-se rentável
apenas às pessoas que entraram no início. "Cada indivíduo vai contribuindo
para quem está acima, de forma que, se alguém não fizer o depósito, o sistema se
quebra. O problema é que muita gente vai depositar e não vai ganhar", diz.
Gomes salienta que esse tipo de negócio, que não é novo no país, normalmente tem vida curta. "Não é novo, só muda de figura e todos têm o mesmo princípio. Dependendo do sistema, em meses acaba caindo. Tanto quem ganha e quem perde comete crime contra a economia popular", finaliza.
Notícia falsa sobre legalidade da Mandala
Em uma
montagem barata, participantes do esquema fraudulento divulgaram uma imagem
falsa como se fosse matéria do portal G1.com, trazendo a notícia mentirosa:
“Mandala a frebe da web acaba de ser legalizada e considerada como renda
extra”.
Claro que além
do erro grosseiro ao escrever a palavra "frebe", e da ousadia de usar
o nome de um profissional respeitado daquele estado, o bando mentiu ao afirmar
que a ARMAÇÃO teria sido legalizada.
Em sua rede
social, o jornalista Caio Fulgêncio esclareceu que não se trata de matéria
escrita por ele e ironizou: "Não escrevo "frebe". Beijos,
Mandala! Matéria falsa, amigos. Matéria falsa!".
Com informações do G1 Acre e www.patosja.com.br
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