Charlie Charlie Challenge: nova mania da rede - Reprodução |
RIO — A polêmica do vestido já ficou no passado e, agora, a moda da internet é brincar de “invocar espíritos”. Nos últimos dias, uma brincadeira envolvendo um suposto demônio mexicano chamado Charlie tem viralizado nas redes sociais, sendo mencionada por mais de 2 milhões de usuários no Twitter em apenas 48 horas, por meio da hashtag #CharlieCharlieChallenge.
Chamada de Desafio Charlie Charlie (Charlie Charlie Challenge, no original), a brincadeira consiste em desenhar uma cruz em uma folha de papel, escrevendo quatro possíveis respostas nos espaços — normalmente, "sim" e "não". A pessoa deve então cruzar duas canetas em cima da cruz e dizer "Charlie Charlie, você está aí". Após alguns segundos, de acordo com os relatos, uma das canetas deverá se mover por conta própria, sinalizando a presença do suposto demônio mexicano Charlie — outras perguntas podem então ser feitas a ele.
Vídeos mostrando a brincadeira também têm se multiplicado pelo Facebook e pela plataforma Vine, inclusive com paródias do que já está sendo considerado uma versão moderna da brincadeira do compasso, ou do tabuleiro Ouija.
A britânica "BBC" investigou o fenômeno viral e conclui que trata-se apenas de uma lenda urbana que nada tem a ver com o folclore mexicano:
— Não há nenhum demônio chamado "Charlie" no México — afirma Maria Elena Navez, da BBC Mundo. — Lendas mexicanas normalmente vêm da História Azteca e Maia antuga, ou de crenças que começaram a circular durante a conquista espanhola. Na mitologia mexicana você encontra deuses com nomes como "Tlaltecuhtli" ou "Tezcatlipoca" no idioma Nahuatl. Mas se a lenda começou depois da conquista espanhola, tenho certeza que se chamaria "Carlitos" (Charlie em espanhol). Os demônios mexicanos normalmente são invenções americanas.
Nas redes sociais, há quem relate que para encerrar definitivamente a brincadeira é necessário pedir educadamente para que Charlie pare com ela, sob o perigo de que "outros demônios venham brincar na sua casa sempre que quiserem".
Já o britânico "Independent" oferece uma explicação mais sensata para o fenômeno da caneta se movimentando sozinha: gravidade e o equilíbrio dos objetos um sobre o outro.
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