Brasil 247 – A
presidente deposta Dilma Rousseff concedeu à jornalista Maria Cristina
Fernandes sua mais contundente entrevista, desde que foi afastada do poder.
Sem meias
palavras, Dilma deixou claro que o Brasil hoje é governador por ladrões. Não
apenas Michel Temer, mas vários de seus aliados foram apontados como corruptos
por Dilma.
“O gato angorá
tem uma bronca danada de mim porque não o deixei roubar. Chamei o Temer e
disse: ‘ele não fica'”, diz Dilma, explicando por que demitiu Moreira Franco da
Secretaria de Aviação Civil.
Coincidência
ou não, Moreira Franco, que recentemente ganhou o foro privilegiado, aparece
nas delações da Odebrecht, sendo acusado de cobrar propinas nas concessões de
aeroportos.
Sobre Temer,
Dilma deixa claro que é o próprio Eduardo Cunha, preso há mais de quatro meses
em Curitiba, quem o chama de ladrão, nas perguntas que tentou encaminhar a ele,
mas que foram vetadas pelo juiz Sergio Moro. “Lá está Eduardo Cunha dizendo que
quem roubava na Caixa Econômica Federal, no FGTS, é o Temer. Leia minha filha.
Alguém não sabe que o Cunha está dizendo que não foi o Yunes, mas o Temer?”,
questiona Dilma, mencionando ainda o ex-assessor especial José Yunes, que disse
ter sido “mula” de Eliseu Padilha.
Dilma explica
ainda por que não se aliou a Eduardo Cunha, para tentar evitar o golpe. “Você
está falando de um gângster inteligente. Devia ajoelhar e aceitar as
condições?”, questiona. “Você vai me desculpar, mas eu não vou assaltar o País.
Eduardo Cunha e eles assaltam o País”.
Dilma disse
ainda que um de seus erros foi permitir que Michel Temer assumisse a
articulação política, ao lado de Eliseu Padilha. Com isso, os dois perceberam
as fragilidades da base aliada e prepararam o bote do golpe parlamentar de
2016. Padilha e outros aliados de Temer, como Geddel Vieira Lima, também são
elencados por Dilma na categoria de “ladrões”.
“Saber quem
eles são, nós sabemos. Não tenho a menor dúvida de quem é Padilha e Geddel.
Sabia direitinho. Inclusive uma parte do que sou e da minha intolerância é
porque eu sabia demais quem eles eram”, afirmou Dilma.
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